Como desvendar a verdade em
meio a tantas mentiras? Como saber o que é realidade? Como saber se o que vejo,
também faz parte do que tu enxergas? Como poder ver as mesmas coisas, quando
caminhamos na rua? Se, cada um tem a sua ideia, então não existe verdade,
aquela, nua e crua? A realidade seria apenas uma ilusão? Sócrates estava certo,
quando afirmava que nada sabia? Ele não sabia de nada?
Lembro-me da calçada, ela
estava florida, e tinha uma luz que vinha tão delicada e decidida, que parecia
vir da alma de uma mulher. Será que era a Nossa Senhora? Misericórdia! Não
consigo distinguir o real do imaginário, sabendo que o imaginário é justamente
o que considero real. Uma contradição e tanto, não? Nós, humanos, somos assim:
achamos que sabemos das coisas, mas, esquecemos que, somos do tamanho do que
conhecemos, e ainda assim, somos menores, porque interpretamos tudo de acordo
com nossas vivências, com as nossas verdades individuais.
Somos pequenos porque não conseguimos revelar as verdades nem para nós mesmos. Por isso as esquecemos! Esquecemos de perguntar. Talvez por isso, eu lembre com tanto carinho daquele
passeio que nunca aconteceu, porque ali, naquela quimera, existia apenas uma
dúvida minha: e se eu invertesse as inverdades? Talvez a mentira deixasse de
existir. Todos nós continuaríamos um tanto quanto ignorantes, mas saberíamos,
que o que importa mesmo é ser feliz apesar de tudo (sem julgar, sem se
preocupar com julgamentos alheios), afinal, a grande verdade está dentro da
gente, e se chama amor. O amor universal.
Tu consegues sentir? Na dúvida, não minta pra si...sinta.