"Descascador de Repolho", "Pra descascar repolho". Quem nunca ouviu essas frases no centro de Criciúma. Elas vêm de Wanderley Domingos, que há mais de 50 anos dedica-se ao comércio de rua. Já são 30 anos na capital do Carvão. “Estou na rua há tanto tempo porque era preciso trabalhar para poder comer. Meus pais eram muito pobres e não tinham condições de nos sustentar”, relembra Domingos.
A vida trouxe muitos ensinamentos para o senhor de voz forte. “Eu sempre gostei de ler livros, gosto de saber das histórias e de contar”. Domingos já viajou os quatro cantos do Brasil, conheceu pessoas de todas as classes sociais. Algumas, faz questão de destacar: “Silvio Santos e Hebe Camargo”.
Domingos nasceu em Criciúma e circulou por São Paulo, Rio de Janeiro e até o Amazonas. “A melhor cidade que se tem para morar é Criciúma, por causa do astral, pois é um povo acolhedor e recebe todas as pessoas, como se fosse o seu irmão”. A única mágoa do trabalhador é não ter, muitas vezes, a valorização de seu trabalho, por atuar nas ruas da cidade.
Para ele, cada pessoa deve, do seu jeito, ajudar o próximo. “Eu doava e ajudava muito, por isso que eu estou aqui vendendo. Entretanto, estou feliz pelo que fiz ao longo da vida e não me arrependo de nada”, afirma.
Negócio diário
Quem circula pela praça Nereu Ramos, o coração de Criciúma, conhece Wanderley Domingos. Impossível nunca ter ouvido seu comercial sobre o equipamento que corta e descasca legumes e frutas com habilidade única. “Isso aqui é meu ganha pão, é minha vida”. No centro é conhecido por vender o seu produto “Descascador”. “Todos os restaurantes do centro têm esse produto, e ninguém reclamou dele, aliás, só tenho recebido elogios”, revela.
Além de comprar o item por R$ 15,00 o consumidor recebe um explicação de como usá-lo de forma adequada. “Todo comerciante precisa vender e explicar o produto, senão estará enganando o comprador”, explica.
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@mateusmastella