Projeto identifica áreas de risco na bacia do Rio Araranguá

Um mapeamento das áreas de risco, que são suscetíveis a alagamentos ou que apresentam movimentos gravitacionais (deslizamentos de terra e pedras), está sendo feito dentro da Bacia do Rio Araranguá. O projeto, que conta com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), foi concebido e está sendo desenvolvido totalmente por uma equipe multidisciplinar do Centro Tecnológico de Carvão Limpo (CTCL), ligado à Satc.

Iniciado em abril de 2010, o estudo quer caracterizar os pontos problemáticos nos municípios de Criciúma, Içara, Treviso, Siderópolis, Nova Veneza, Forquilhinha, Maracajá, Meleiro, Araranguá, Morro Grande, Timbé do Sul, Turvo, Jacinto Machado e Ermo, que compõem a bacia hidrográfica. São 3.020 quilômetros quadrados para se estudar e mais 16 cursos d’água que desembocam num único ponto, o Rio Araranguá. “Um dos objetivos finais é evitar que o Araranguá suba tanto, inunde bairros e interrompa o trânsito na BR. Mas, para que isso ocorra, é importante entender e conhecer toda a bacia”, define o coordenador do projeto, o geólogo Antonio Silvio Jornada Krebs.

Na primeira etapa foi realizada a coleta de dados junto aos órgãos públicos, como prefeituras, Defesa Civil e nos relatórios de Avaliação de Danos (Avadan), onde estão identificados locais que foram alagados. Agora, o grupo de dez pesquisadores, está indo a campo. “Com auxílio de GPS, eles estão fazendo o cadastro das marcas de cheias”, informa Krebs. Após o temporal que castigou a região Sul no dia 18 de janeiro, a equipe conseguiu fazer 21 identificações.
Conforme o coordenador, isso irá para um banco de dados amplo, mostrando quais os pontos mais frágeis de todo o sistema da bacia hidrográfica. A proposta final visa mostrar onde é necessária a intervenção do poder público e da própria sociedade. “Se os rios mais próximos das encostas não tiverem a mata ciliar preservada, por exemplo, isso facilitará o fluxo da água e fará com que ela chegue mais rápido lá embaixo, no rio Araranguá”.

Ao unir os dados, os técnicos também farão simulações de cenários, demonstrando qual intensidade de chuva será suficiente para que ocorram alagamentos. “Isso também vai ajudar no planejamento territorial dos municípios”, pondera Krebs. A intenção, segundo ele, é o projeto se transforme em um programa permanente de controle e verificação da bacia do Rio Araranguá.