Esporte: Criciúma saiu do "inferno" com dupla!

Foi no competitivo futebol gaúcho que Argel e Claudiomiro surgiram, mas acabou sendo só no Santos, em 1998, que se tornaram ídolos graças ao estilo sério e duro do qual faziam uso dentro de campo. Inseparáveis desde aqueles tempos, os dois são considerados responsáveis diretos pelo acesso do Criciúma na Série C do Campeonato Brasileiro.

Argel foi o treinador e Claudiomiro o auxiliar. Esta é uma parceria que trazem desde o Santos, mas que no banco de reservas só começou em 2008, no Mogi Mirim. Desde então, foram seis trabalhos diferentes, sempre repetindo a dobradinha que punha medo nos zagueiros adversários dos tempos de Santos.
"Começamos a conversar sobre esse projeto quando a gente jogava junto. Eu falava para ele que ia jogar até os 33 anos e que depois trabalharíamos juntos. Ele comprou a ideia e já fizemos seis trabalhos. Temos experiência muito grande, jogamos em vários clubes e estivemos com grandes treinadores", conta Argel Fucks em entrevista ao Terra.

Depois de falar sobre o ABC na terça-feira, o Terra conta agora um pouco mais sobre a façanha do Criciúma, um dos quatro clubes a conquistarem o acesso à Série B. Ituiutaba-MG e Salgueiro-PE também serão mostrados durante a semana.
No Criciúma, zagueiro precisa jogar firme
Famoso por jogar duro nos tempos de zagueiro, Argel confirma que, no seu time, defensor nenhum amacia. "Tivemos a melhor defesa do campeonato na primeira fase (junto com o Ituiutaba) e a gente prioriza o ataque. Não jogo com três zagueiros, gosto de time ofensivo", conta o treinador. Entretanto, na mesma parte da competição, sua equipe marcou sete vezes em oito jogos.
De qualquer forma, o Criciúma sobreviveu ao que Argel considera um inferno: a disputa da Série C. Nesta primeira fase, avançou junto com a Chapecoense, deixando para trás os gaúchos Caxias, Brasil de Pelotas e Juventude. "Foi o grupo da morte, era só guerra. São oito jogos e você não pode errar. Dois passam e um é rebaixado para a Série D. É um torneio, não um campeonato", define.

Com uma folha salarial de R$ 290 mil, o Criciúma foi montado por Argel e dois dirigentes, o que dá mais crédito ainda ao treinador. "Não tinha base. Contratamos 20 jogadores, só haviam alguns garotos que foram aproveitados". Do Rio Grande do Sul, onde fez ótimo Gaúcho com o São José no primeiro semestre, ele trouxe o goleiro Agenor, ex-Inter, e o atacante Marcos Denner, ex-Juventude, dois dos destaques no acesso.
À frente do Criciúma, Argel e Claudiomiro já acumularam o terceiro acesso em três anos de carreira: no Paulista de 2008, subiram o Mogi Mirim, e repetiram a dose com o Guaratinguetá no ano seguinte. Assim, eles também vão ascendendo na carreira.

Apesar do reconhecimento pelo trabalho, saem do Criciúma ao fim da Série C. Aparentemente, Argel já tem tudo certo para trabalhar em um clube médio no Campeonato Paulista de 2011. "Tem que sair por cima e deixar as portas abertas. Temos essa sondagem, mas como são equipes com treinador não posso revelar o nome". No último domingo, a equipe catarinense deu adeus ao sonho do título, eliminada nos pênaltis pelo Ituiutaba.
@mateusmastella
Foto: João Pedro Alves